Como as escolas internacionais bilíngues formam cidadãos globais.
O mundo é um lugar cada vez mais globalizado, em que as fronteiras físicas podem ser facilmente vencidas com um clique na internet. Basta apertar uma tecla para se conectar com gente de qualquer nacionalidade – um salto extraordinário em relação a um passado nem tão distante assim. Para atuar neste planeta interligado, as novas gerações precisam ser constantemente estimuladas a se abrir a diferentes modos de viver e pensar.
“Não se trata apenas de uma segunda língua, mas de uma ferramenta que permite imergir em variadas culturas, alcançar oportunidades de trabalho em toda parte e ter ainda mais acesso ao conhecimento”
O passaporte básico para ingressar na aldeia global é o inglês, idioma falado universalmente. “Não se trata apenas de uma segunda língua, mas de uma ferramenta que permite imergir em variadas culturas, alcançar oportunidades de trabalho em toda parte e ter ainda mais acesso ao conhecimento”, ressalta o físico Ronaldo Mota, diretor científico da Digital Pages, especializada em tecnologia para a educação. Ele resume: “Nos dias de hoje, ser um cidadão global deixou de ser opção.”
Além do inglês, a trilha acadêmica para formar crianças e adolescentes nesta direção passa pela ênfase em valores essenciais para se virar bem nos mais diversos cenários. E quais são eles? A lista é vasta, mas não pode nunca deixar de fora:
1) A flexibilidade para se lançar ao desconhecido e assimilar o novo
2) A compreensão da diversidade e toda a riqueza nela contida
3) A tolerância com as diferenças
4) Um olhar transformador.
O ensino internacional bilíngue contribui de forma decisiva para que o aluno se torne um agente capaz de entender sua realidade à luz das questões globais e queira transformá-la para melhor de forma crítica, engajada e criativa. O motor para isso é um currículo que abrange além das competências cognitivas as habilidades socioemocionais, com opções de disciplinas como design thinking, empreendedorismo, educação financeira e outras que incentivam conexões práticas com o mundo real e global.
Ao adotar o IB (International Baccalaureat), escolas brasileiras, assim como as de mais de 140 países, falam a mesma língua – e ela é universal, como dever ser. “Esse modelo de currículo permite ao aluno aprofundar-se nos temas em que tem mais interesse, como já acontece no nível universitário”, explica Paula Lozano, especialista em políticas educacionais. Se um jovem quer solidificar seu conhecimento em história, por exemplo, por que não lhe oferecer a leitura de artigos de revistas acadêmicas respeitadas? E na literatura, por que não mergulhar fundo em obras densas que se converteram em clássicos? Quem nutre amor pelos números pode começar a flertar com o cálculo.
Reconhecido mundo afora, o IB proporciona essa natureza de experiência, que vai moldando gostos e capacidades desde cedo. “O currículo internacional expande a visão de mundo e implanta no estudante um modo global de pensar”, frisa Sofia Esteves, presidente da Cia de Talentos, que recruta jovens para grandes empresas. “Esse tipo de ensino também lapida competências comportamentais que o mercado, no Brasil e fora, exige, entre eles a curiosidade e a habilidade para se relacionar com os outros”, diz.
Pesquisas mostram que, ao ser exposto ao mesmo tempo a dois idiomas, o cérebro se exercita e fica a toda. “Está comprovado que assim as pessoas ganham flexibilidade mental e um poder de compreensão e interpretação de assuntos complexos”, lembra Ronaldo Mota. Aliados ao inglês, todos esses atributos são imprescindíveis para que os jovens do nosso tempo consigam encarar um planeta de fronteiras cada vez mais diluídas e possam exercer com maestria seu transformador papel de cidadão global.