Os benefícios neurais da educação bilíngue
No Brasil, a maioria das escolas regulares oferece às crianças apenas algumas horas de ensino em um segundo idioma. Já a Red House International School prioriza o idioma estrangeiro, com 5% a 20% do conteúdo do currículo em língua portuguesa.
Durante os primeiros anos de vida escolar, das turmas de Toddler a K5 (dos 14 meses aos 5 anos), o ensino dos alunos é quase inteiramente em inglês. Esta exposição precoce a uma linguagem “alvo” é relevante, pois tem reflexo direto na qualidade e velocidade do aprendizado.
Levando em conta isso, é comum os pais se preocuparem quando crianças pequenas inserem uma palavra em português em meio a uma sentença em inglês. No entanto, é importante ressaltar que o fato de aprender duas línguas ao mesmo tempo não prejudica de maneira alguma o aprendizado da língua materna pela criança.
O fenômeno “Code Switching” é totalmente normal. Cada criança se desenvolve em uma velocidade diferente e isso é esperado. A combinação de linguagens dessa maneira é uma fase passageira.
O que acontece é que alunos bilíngues adquirem dois sistemas de interação, por meio dos quais ambos os idiomas estão sempre ativos em algum grau. Não há troca ou mescla de idiomas, mas sim um mecanismo de ativação conjunta no cérebro.
Dentro deste contexto, é fundamental que a fluência e fonética de nossos professores sejam excelentes, uma vez que as crianças simplesmente copiam tudo o que ouvem. É, portanto, essencial que o corpo docente seja fluente nas duas línguas, ou ainda melhor, falante nativo do idioma alvo.
Estudos recentes realizados no Canadá pelo Dr. Daniel Ansari, vencedor do Prêmio Transformando a Educação através da Neurociência, mostraram que o aprendizado bilíngue é uma das experiências mais intensas que o cérebro pode ter e isso causa um impacto significativo na estrutura cognitiva.
Exames realizados com o apoio de ressonância magnética comprovaram que crianças expostas a um segundo idioma de maneira bilíngue têm sistemas de controle executivo bem mais desenvolvidos em seus cérebros do que estudantes de apenas uma língua.
Resolvem problemas com rapidez, planejam com maior assertividade, são mais organizadas e controlam com facilidade o seu comportamento, uma vez que estão habituadas a avaliar o ambiente para determinar qual é o idioma mais apropriado a ser usado.
E o cérebro torna as conexões físicas muito mais rápidas em crianças pequenas quando seus cérebros se desenvolvem rapidamente.
Portanto, nunca é tarde demais, mas começar cedo é importante!
Matthias Meier
Conselheiro pedagógico da RedHouse International School